Dois andarilhos contadores de histórias (usando chapéus pretos e vestindo coletes de veludo bordô e camisas de algodão cru) anunciam as novidades do jornal da semana e abrem sua Boîte Magique*, uma caixa cênica em miniatura, com efeitos de luz e mecanismos de palco — como roldanas de cortina e cenários deslizantes. De dentro dela saltam cenas e personagens (confeccionados e pintados em lâminas de papel) das aventuras de Pinóquio:
O titeteiro Manjafogo e seu teatro de fantoches, a raposa e o gato, o enforcamento no grande carvalho, a menina dos cabelos turquesa, os três médicos (o corvo, a coruja e o grilo), a serpente, o peixe-cão, as quatro moedas de ouro no Campo dos Milagres, a ilha das abelhas operárias, o país dos folguedos, o nariz que cresce e é bicado pelos pica-paus, a transformação de Pinóquio em burrico e seus dias de trabalho no circo.
A narrativa acontece em capítulos (como o autor escreveu a história originalmente para o jornal semanal italiano Il Giornale per i Bambini), que são anunciados em pequenas placas.
A trilha sonora original é tocada ao vivo no violino.
* O nome Boîte Magique foi escolhido pelo Prana Teatro de Animação para uma pequena caixa-palco inspirada nos antigos teatros de papel do século XVIII e nos mecanismos dos palcos barrocos europeus.
Foto: Eduardo Ordoñez. Sesc Santana, SP